sábado, setembro 12, 2009

Taizé: o espírito ecuménico e o encontro profundo com Deus


Partimos do Seminário de Santa Joana, Aveiro, na noite de 31 de Agosto. Na bagagem levava a expectativa de "experimentar" Taizé; expectativa essa, que me acompanhava desde os 19 anos, quando, em anos de vida académica, ouvi falar desta comunidade, pela primeira vez. Partimos num grupo de 43 pessoas, cujas idades variavam desde os primeiros anos da juventude, até à idade madura dos 40. No grande grupo, um casal e um jovem de Vagos partilhavam os mesmos objectivos: o destino e a concretização de um sonho! No percurso até Taizé traçámos um itinerário interessante de visitas entre Oradour e S. Junien e que marcou, positivamente, a aproximação dos elementos do grupo.

Chegar e estar uma semana em Taizé é um exercício de espiritualidade profundo e deveras gratificante. Todos são bem acolhidos na sua Língua materna e rapidamente temos a percepção de sermos, tanto uma grande família de 3000 a 5000 pessoas no mesmo espaço, como se torna notório o convite à simplicidade e à partilha, em genuíno sentir cristão.

Há uma rotina própria de Taizé e que tentei viver, na íntegra, maximizando, tanto quanto possível, cada experiência: Eucaristia às 07.30; oração da manhã às 08.15; pequeno-almoço às 09.00; meditação Biblíca às 10.00; tempo pessoal (no meu caso, de casal) até à hora de almoço; 13h, almoço; tempo de convívio ou trabalho pessoal; trabalhos de grupo às 15.30; workshops variados às 17.45; Jantar às 19h; Oração da noite às 20.30 e por fim, tempo de convívio multicultural, num respeito extraordinário entre religiões.

De ressalvar alguns momentos mais fortes: o primeiro, a meditação a partir de textos Biblícos para os participantes entre os 29 e os 35 anos (onde servi de tradutora) e cujo desenvolvimento levou-nos a um crescendo de inquietações e de procura de respostas a partir da Palavra; de seguida, os trabalhos de grupos, onde convivemos com pessoas de diversas proveniências, crentes, não-crentes, mas onde todos procuravam chegar a esse Deus Vivo, sinal de amor e de esperança entre a humanidade.E por fim, duas celebrações muito bonitas: na Sexta-feira, a adoração da cruz, capaz de juntar em seu torno cristãos ortodoxos, protestantes ou católicos-romanos e, no Sábado, a oração da noite, mas que nos encheu de luz por fora, com o acender de milhares de velas, mas também por dentro, com a certeza da ressurreição de um Cristo que nos congregou naquele bocadinho do mundo.

Valeu a pena a experiência! De facto, há uma "paz arrepiante", mas serena. Fica a vontade de lá voltar, onde nada se faz sem trabalho voluntário ou sem um sorriso.
C.A.
Para o Terras de Vagos

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